A sucessão familiar no agronegócio parece ser um processo natural. A maioria dos pais deseja deixar suas propriedades e o negócio para os filhos darem continuidade, no entanto, não é essa a realidade no Brasil.
Com a expansão do mercado de trabalho e o surgimento de novos negócios e tecnologias, os herdeiros tendem a deixar as propriedades rurais em busca de novas oportunidades nas áreas urbanas.
Neste artigo, você verá as dificuldades enfrentadas na sucessão familiar do agronegócio, a importância da agricultura familiar e a relevância do planejamento sucessório. Confira!
Importância da agricultura familiar no Brasil
A importância da agricultura familiar está na grande quantidade de alimentos produzidos por esse tipo de atividade, além de direcionar basicamente sua demanda para atendimento imediato.
Um outro fator importante é que esse segmento não utiliza grandes maquinários — algo mais comum em grandes propriedades —, não havendo a substituição do trabalhador do campo por equipamentos.
No Brasil, apenas 20% das terras agricultáveis estão com agricultores familiares, segundo dados do Censo Agropecuário. Mesmo assim, essa modalidade é responsável por mais de 80% dos empregos gerados no campo, o que mostra a importância na geração de oportunidades e de renda no meio rural, evitando o êxodo rural.
Sucessão familiar e a viabilidade do negócio
Segundo dados do IBGE, 8 milhões de jovens entre 15 e 29 anos vivem no campo, o que parece um número considerável. O grande problema é o enorme desinteresse dos herdeiros em permanecer no campo.
A sucessão familiar possibilita a adoção de novas ideias no âmbito rural. A presença de um administrador com formação profissional, com uma visão diferenciada e habilidades para tocar o negócio é fundamental para evitar prejuízos e prezar pela saúde financeira das propriedades. Por isso, isso se torna uma saída viável para garantir a viabilidade do negócio.
Planejamento sucessório no agronegócio
Planejar é fundamental e aumenta as chances de sucesso de qualquer negócio. No agronegócio, não é diferente. Tomando os devidos cuidados e com uma boa orientação, é possível fazer uma sucessão tranquila e sem grandes impactos.
A transmissão de um patrimônio construído com altos investimentos, não apenas financeiros, mas pessoais e emocionais, não é um processo fácil, já que os conflitos entre gerações na administração são inevitáveis.
Mas, para manter a empresa sob o controle familiar, é preciso separar o lado emocional e buscar rentabilidade e crescimento por todas as partes envolvidas. A manutenção do negócio deve ser mais importante que a opinião de cada um.
Testamento e riscos de litígio judicial entre herdeiros
Um dos grandes riscos de litígio entre herdeiros é a sucessão em decorrência de morte de um dos membros da família, a partir da transferência de bens direitos e obrigações que compõem o patrimônio (herança) construído pelo falecido ao longo da vida.
Caso não haja a partilha dos bens entre os herdeiros em vida e nem houver testamento, os herdeiros podem litigar durante anos, em um processo de inventário para resolver a partilha dos bens, o que pode gerar insegurança e prejuízos.
Para evitar esses transtornos, é preciso deixar um testamento e celebrar um acordo de sócios, determinado a sucessão da empresa.
Riscos da sucessão familiar
Alguns acontecimentos trazem riscos sucessórios à empresa familiar, como a separação de sócios, a dissolução de uniões estáveis, mortes e a inclusão de terceiros não desejados, além de questões tributárias.
Já os riscos ao patrimônio estão relacionados à falta de clareza entre os bens advindos da atividade rural e bens particulares de pessoas físicas, assim como à dificuldade no processo de divisão de patrimônio.
A sucessão familiar no agronegócio, assim como a gestão compartilhada entre gerações, é um tema cuja relevância interfere no futuro do Brasil como uma potência agrícola. Por isso, despertar nos mais jovens o desejo de dar continuidade é um dos grandes desafios enfrentados pelo setor, mas que, se bem planejado, renderá bons frutos.
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