Quando a empresa atinge o lucro zero, momento em que as despesas fixas e variáveis igualam o faturamento, chega-se ao ponto de equilíbrio contábil — também chamado de break-even. Adiante, tudo o que é vendido passa a ser lucro líquido.
Além do contábil, existem outros dois pontos de equilíbrio de um negócio: o econômico e o financeiro. E cada um deles tem um significado e uma forma de cálculo.
Entenda agora como calcular o break-even e como ele se diferencia dos pontos econômico e financeiro.
Cálculo do ponto de equilíbrio contábil
Primeiramente, é preciso somar as despesas fixas do período para o qual o ponto deve ser calculado. Esses custos, por exemplo, são de aluguel do imóvel da empresa, de energia elétrica e salários. Depois, pode-se calcular os gastos variáveis, como impostos e compras de fornecedores.
Assim que o resultado dessa soma é obtido, ele tem de ser dividido pela margem de contribuição das vendas — o lucro bruto, que é o valor da diferença entre o preço final de venda menos os custos variáveis e de produção e venda.
Aliás, o nome “margem de contribuição” refere-se ao fato de a margem, que é essa diferença que citamos, contribuir para o pagamento das despesas fixas e para o registro do lucro líquido.
Por exemplo, se após tais gastos a margem de contribuição do produto de R$ 1 mil for R$ 450 — sendo 45% de lucro bruto —, esse número será utilizado para se chegar ao break-even.
Então, caso as despesas fixas do mês somarem R$ 20 mil, a conta será a seguinte: R$ 20 mil ÷ R$ 450 = 44,44. Arredondando, a partir da 45.ª venda o negócio passa a registrar um lucro real.
Diferença para os pontos financeiro e econômico
Financeiro
Enquanto o ponto de equilíbrio contábil leva em conta todos os gastos fixos dos demonstrativos, o ponto financeiro desconsidera a depreciação de ativos. Ou seja, caso essa inclusão ocorra na contabilidade, a depreciação não é considerada para as despesas fixas.
Isso ocorre porque, quando as depreciações são incluídas na demonstração contábil, as despesas podem ser elevadas por elas. Porém, as disponibilidades não significam gastos efetivos do caixa ou das contas bancárias da empresa.
Econômico
Esse ponto funciona como o contábil, porém com o custo de oportunidade somado às despesas fixas. Isso serve para se chegar a um break-even que significa lucro zero também após cobrir o custo de uma oportunidade perdida em favor de outra.
Então, por exemplo, se aos R$ 20 mil do exemplo anterior fossem acrescidos R$ 5 mil de ganhos referentes a uma oportunidade preterida, dividiríamos os R$ 25 mil pelos R$ 450 da margem de contribuição.
Nesse caso, o ponto de equilíbrio contábil passaria a ser 56 vendas. Ou seja, após a 56.ª venda, o negócio começaria a ter lucro, inclusive suprindo o ganho do investimento não feito em favor de outra aplicação ou despesa.
Além dos cálculos que mostramos, todos esses pontos podem ser feitos também para períodos projetados. Para isso, utilizam-se as despesas fixas e variáveis previstas e a depreciação para o período, no caso do ponto de equilíbrio contábil.
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